domingo, 28 de junho de 2009

Amigo Faz Bem para a Saúde


"Em busca de saúde as pessoas vão atrás de médicos, remédios comprados por conta própria, suplementos vitamínicos e livros de auto-ajuda. Mas elas também recorrem a uma outra arma poderosa capaz de combater doenças e melhorar a qualidade de vida: os amigos, escreve Tara Paker-Pope, colunista de saúde do jornal The New York Times. Os pesquisadores começam a perceber a influência da amizade e dos círculos sociais na mente e no corpo. Os amigos fazem bem. Estudos médicos e científicos mostram essa relação.

Vida prolongada – Um estudo australiano, feito ao longo de dez anos com mais de 1.477 pessoas com mais de 70 anos de idade, apontou que aquelas mais sociáveis tinham 22% menos chance de morrer do que as solitárias, diz o British Medical Journal.

Memória renovada – Amigos estimulam a mente, favorecem aspectos cognitivos e ajudam a preservar lembranças, concluíram pesquisadores da Universidade Harvard depois de acompanhar 16.638 adultos durante seis anos. O estudo saiu no American Journal of Public Health.

Combate ao câncer – Uma pesquisa de diversos institutos americanos, como a Universidade da Califórnia e Harvard, com 2.835 enfermeiras com câncer de mama comprovou que aquelas sem pessoas próximas apresentavam quatro vezes mais risco de morrer do que as que tinham dez ou mais amigos. O relatório foi divulgado no Journal of Clinical Oncology.

Coração protegido – Homens bem relacionados têm menos chance de apresentar problemas do coração e sofrer ataques cardíacos, comprovam pesquisadores do Instituto Karolinska, na Suécia, depois de acompanhar 736 homens de meia-idade durante seis anos, afirma o Pshychosomatic Medicene.

De onde vem este poder da amizade? A razão não é clara. Não se trata de ter alguém ao lado para pegar um copo d’água na hora da medicação. Os benefícios vão além da assistência médica e não implicam, necessariamente, em proximidade física. O que conta é a sensação de amparo psicológico.

Em muitos estudos os amigos têm um papel mais determinante que o cônjuge. Entre as enfermeiras americanas com câncer de mama, ter marido não fazia a diferença para a sobrevida. A relação entre amigos se dá na linha horizontal, de igual para igual, com absoluta sinceridade, o que nem sempre é possível entre cônjuges e familiares. “A amizade assinala o mais alto ponto de perfeição da sociedade. Nas relações entre pais e filhos é mais o respeito que domina. Não podem os filhos dar conselhos ou formular censura a seus pais, o que é, entretanto uma das primeiras obrigações da amizade”, escreveu o filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1592) em seus Ensaios.

Os benefícios proporcionados pela amizade tiveram início nos primórdios da evolução. O antropólogo e psicólogo evolucionista Robin Dubar, da Universidade de Liverpol, chegou a essa conclusão ao perceber que nos macacos havia relação entre o tamanho da massa cinzenta e o número de integrantes do grupo. Quanto mais elementos tivessem o bando de uma espécie, mais volumoso seria o córtex dos animais.

A partir desta observação, Dunbar criou a teoria do cérebro social, segundo o qual o desenvolvimento das estruturas sociais teria impulsionado a evolução do cérebro. Quanto maior o grupo, mais informações precisam ser processadas pelo cérebro. Sendo assim, a quantidade de processamento do cérebro também limitaria o tamanho do nosso círculo social. Esse limite seria de aproximadamente 150 pessoas.

Para os benefícios à saúde, no entanto, a quantidade necessária de amigos é bem menor. Dunbar classifica os 150 amigos em anéis concêntricos. O primeiro anel é formado por três, quatro ou máximo cinco pessoas, essenciais para o nosso bem-estar. Elas são incorporadas em estágios diferentes da vida, segundo uma pesquisa da Universidade de Meryland, nos Estados Unidos.

Os homens encontram os seus melhores amigos por volta dos 40 anos. Nessa idade eles são menos competitivos e dependem menos de amizades por interesse. Já as mulheres se esforçam mais em manter o círculo formado aos 20 e aos 30 anos. Em termos de bem-estar o tempo de convivência é irrelevante. O que vale mesmo é o abraço sincero, camarada". 

Fonte:  Revista da Semana
Obs. Post editado em 11/07/2012.

Um comentário:

  1. Bons ensinamentos! Obrigado pela preocupação em nos passar tais textos.

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