quarta-feira, 25 de julho de 2012

68 ANOS, UMA MEIA MARATONA E 35 MEDALHAS

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68 anos, uma Meia Maratona e 35 medalhas

GANHEI A 35ª. MEDALHA em minha primeira Meia Maratona. Precisei de 2h28, mas graças a Deus cheguei razoavelmente bem e completei meus primeiros 21Kms no último domingo, 22 de julho. Após fazer um sub-60 nos 10 km, na XXX Corrida Rústica Riachuelo, em junho, este foi mais um feito marcante em minha trajetória de corredor.

Confesso que não foi tarefa fácil, sobretudo no meu caso: estou com 68 anos de idade, corro há menos de três anos e ainda carrego comigo alguns quilos de sobrepeso.

A verdade é que não se chega aonde cheguei por acaso. Para conseguir essa proeza eu treinei, treinei e treinei… Não tem segredo. Sem treinar, até para os jovens, é praticamente impossível.

Eu sou um corredor disciplinado. Treino corrida no mínimo quatro dias por semana com orientação de profissionais e obedeço fielmente às planilhas. Além disso, também faço musculação numa academia, três vezes por semana.

Com todo esse empenho, certamente poderia até ter obtido um resultado melhor, mas tenho que admitir: encontro dificuldade para “fechar a boca”, de modo que não consigo baixar mais meu peso corporal, que oscila entre 82/83 kg, para uma altura de apenas 1.67m.

Depois de ter feito o sub-60 nos 10 km, resolvi “encarar” logo uma Meia, pois já vinha fazendo “longões” de até 20 km e meus treinadores concordaram que já estava na hora, mesmo porque Salvador tem somente duas Meias Maratonas no seu calendário anual.

Assim, intensificamos os treinamentos com esse foco, inclusive na academia, aumentando as repetições na adutora, abdutora, extensora, flexora em pé, hack machine, leg e panturrilha sentado.

Por isso, cheguei no dia da corrida plenamente preparado e confiante, apesar de ter em mente que não devia forçar, pois meu objetivo com a prática desse esporte é antes de tudo cuidar de minha saúde.

Como sou o mais idoso entre todos os participantes do meu clube de corrida e com o meu exemplo procuro incentivar a aqueles que desejam melhorar a saúde, com a inclusão da corrida em suas vidas, sou alvo de manifestações de carinho, e nessa prova o treinador Dielmo Noblat resolveu me acompanhar durante todo o percurso.

Fizemos um planejamento de manter um pace em torno de 7’ o km, principalmente no primeiro terço, deixando para aumentar o ritmo somente depois da metade da corrida e de acordo com minhas condições.
Além do treinador, tive a companhia das amigas Ellen Morado e Palmira Farias, que também estavam estreando nesse tipo de prova, bem como do colega Luís Brito, que tendo feito a Meia do Rio e sendo mais experiente e rápido, foi só para nos dar apoio.

Posicionamo-nos para a largada bem no final, e não tivemos nenhum problema com a multidão que partiu na frente (a prova tinha percursos de 5, 10 e 21 km). Tinhamos a pista completamente livre. Assim, fizemos os sete primeiros km em 48’, em ritmo muito confortável. O segundo terço de sete km também fizemos em 48’. Estávamos indo muito bem.

Como corri com meu cinto de hidratação, levando quatro garrafinhas de 200 ml cada, sendo duas com água e duas com isotônico, nem me preocupei com os postos de hidratação e só peguei água para jogar na cabeça.

A partir do 17º. km senti que meu desempenho começava a fraquejar, talvez por conta do forte calor que fazia. Já eram quase 9h25 e a temperatura devia estar na casa dos 30 graus.

Cada corrida tem sua história. Eu que nunca senti câimbras em nenhuma corrida e nem sequer em treinamentos, na altura do 18º km minha panturrilha da perna esquerda sinalizou problemas e uma forte dor surgiu. Confesso: não é coisa boa. Tive que diminuir o ritmo consideravelmente. Com a orientação do treinador Dielmo e da treinadora Priscila Pereira, que já havia se juntado ao grupo de colegas que fizeram suas provas e retornaram para me acompanhar, (Anna Paula Garcia, Ana Clara Giffoni, Elvira Gonçalves, Delio Pinho e Nelson Trindade), fui administrando o problema, sem parar de correr, mesmo tendo sentido também na perna direita, em menor intensidade.

É uma situação muito desagradável! Só pensava que não conseguiria completar e na decepção que iria causar para as pessoas que estavam torcendo por mim. Bobagem pura, mas provavelmente é assim que todo corredor se sente numa hora desta.

Felizmente, quando cheguei ao 20 km a dor diminuiu e deu para imprimir um ritmo mais forte, pude cruzar a linha de chegada alegremente, ao lado do colega Henrique, que também teve câimbras, sob aplausos dos amigos do Sport Run Club e das poucas pessoas que ainda aguardavam os corredores, inclusive minha esposa Graciene, minha filha Stella, minhas netas Bianca e Marina (na foto acima comigo), meu genro Eduardo e sua mãe Dagmar. O primeiro abraço que recebi foi de minhas netas. Isto não tem preço!!!
Até breve…
EXIF_JPEG_YUV422José Amâncio Neto – Bancário aposentado de Salvador (BA), começou a correr em 2009 para manter a saúde e fazer novos amigos. Além deste blog, é autor do corredordaterceiraidade.blogspot.com
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6 comentários:

  1. Olá sr José, parabéns ^^
    As pessoas como o senhor que me motivam a continuar nesta luta para melhorar cada dia mais! O senhor esta muitooooo bemmm 2h28' 21k não e qualquer um que faz não viu! Quero conseguir correr um 21k inteiro no inicio do ano que vem! ate la estou treinando pois os 10k ainda não faço todo correndo os 5k já consigo fazer!

    Abraços
    Isa

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  2. Parabéns meu Compadre pelo feito e pelas alegrias que está proporcionando aos familiares e amigos. Reserve no apartamento um local para a guarda dos troféus e medalhas. Vibrei ontem quando lí no ACONTECE a reportagem "Ele merece os PARABÉNS" e agora, outro contentamento com a matéria acima. Siga sempre esta trajetória, torcemos por mais vitórias, você está se superando e deixando todos cheios de felicidades.

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    1. Muito obrigado pelo incentivo meu compadre Germano. Sua generosidade sempre me comove. Abraços.

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  3. Parabéns meu querido,adoro encontrar vc,senhor é uma pessoa muito divertida. Desejo muitas corridas pra vc.
    bons treinos.
    abraço

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    1. Olá Cris, também gosto muito de encontrar com você e Oliveira, o casal gaúcho mais simpático que conheço! Até a próxima corrida e vamos q vamos....

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