terça-feira, 3 de abril de 2018

ELE MERECE OS PARABÉNS - DE NOVO

Entrevista veiculada no Informativo "Acontece" da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Nordeste, edição nr 137, de 02/03/2018.




A imagem pode conter: José Amâncio Neto, sorrindo, em pé e atividades ao ar livre

José Amâncio 
Participante do Plano CV I 
"Lute com todas as forças e, sobretudo, confie em Deus e Todas as Nossas Senhoras!" 


José Amâncio, que foi destaque no Acontece há seis anos por ter trocado o álcool pela corrida, conta sobre sua nova batalha, agora contra o câncer de boca.

A edição nº 105 do Acontece, publicada em junho de 2012, trouxe a história do aposentado de Salvador/BA, José Amâncio Neto. Intitulada “Ele merece os parabéns”, a reportagem mostrou a garra do nosso Participante que conseguiu trocar os bares da capital baiana pela corrida de rua. Seis anos após aquela publicação, trazemos mais uma história de superação de José Amâncio, contada pelo próprio Participante, que certamente inspirará muita gente: a batalha travada contra o câncer de boca descoberto há quase um ano. Confira! 

A DESCOBERTA DO PROBLEMA 
No dia 28 de abril de 2017, dia do meu aniversário de 73 anos, infelizmente tive que conviver com dois fatos extremamente contraditórios. De um lado, recebi centenas de mensagens me parabenizando, elogiando minha saúde, me enaltecendo pela excelente decisão que tomei de abandonar o vício do álcool e me tornar um corredor. De outro lado, tive a confirmação dos médicos de que portava um câncer de boca, localizado na base da língua, causado sem sobra de dúvidas pelo uso do cigarro, hábito que cultivei por mais de 40 anos. 

COMO ENCAREI A NOTÍCIA 
Assim como na prática de atividades físicas, que se a pessoa não quiser, realmente não consegue fazer, assim também é o tratamento que ia me submeter nos próximos dias: se eu não me esforçasse, não aguentasse o sofrimento, não adiantaria o esforço da família, dos amigos, dos médicos! Enfim, dependeria muito de mim e eu ali decidi que iria lutar. Seria minha primeira maratona. Cada dia de tratamento seria como um km percorrido. Seriam 33 dias úteis que teria de superar para atingir e cruzar a linha de chegada. 

O TRATAMENTO 
Foram 33 sessões de radioterapia e cinco de quimioterapia, que duraram 46 dias corridos. Depois vieram os 60 dias de espera para fazer o exame (PET/CT) apropriado para saber se o tratamento surtiu efeito. 

O MAIOR DESAFIO DURANTE O TRATAMENTO 
O maior desafio foi conseguir me alimentar. Na fase crítica do tratamento de radioterapia e quimioterapia, fiquei com a boca totalmente ferida e, além disso, sentia enjoos, falta de paladar e saliva, como também boca seca e amarga. Um horror! Mas em nenhum momento eu pensei em desistir! Para me alimentar, eu mandava bater a comida no liquidificador, botava xilocaína na boca e “engolia” a comida. Fiz isso durante vários dias. 

A SUPERAÇÃO 
Com muita fé em Deus e em Todas as Nossas Senhoras, consegui atravessar o período crítico sem muito me abater e, após 60 dias do término da aplicação dos medicamentos, o exame constatou que o tumor foi debelado! O alívio foi grande, mas os problemas de falta de apetite, paladar e saliva, boca seca e amarga continuaram. Precisei de muita resignação para suportar. Depois surgiu uma inflamação na boca que não sarava de jeito nenhum. Só depois que fiz uma nova Ressonância, que constatou não haver recidiva do tumor, foi que me conformei e passei a tentar levar uma vida normal, mesmo com o desconforto que ainda sinto. 

LIÇÕES QUE INSPIRAM
O câncer é uma enfermidade que a gente não pode dizer que está curado! Há um período de espera de no mínimo cinco anos para tal. Se a pessoa ficar com medo, não consegue viver. Durante o período mais crítico do tratamento fiquei bastante debilitado e perdi quase dez quilos, mas logo que recuperei um pouco minhas forças, voltei a fazer atividades físicas, começando com caminhadas leves, evoluindo paulatinamente até voltar a correr em ritmo moderado! Assim, estou treinando quase regularmente. Já participei de três corridas oficiais e ainda faço musculação na academia e hidroginástica duas vezes por semana. Assim, o que posso dizer é que câncer é sofrimento, mas não é sentença de morte. Quem tiver o infortúnio de ser acometido, lute com todas as forças e, sobretudo, confie em Deus e Todas as Nossas Senhoras!




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