sábado, 24 de março de 2012

FUMAR - UM VÍCIO QUE MATA!!!







Fumar é pior para as artérias femininas!

Efeito dos cigarros fumados na progressão do dano foi cinco vezes maior em mulheres do que em homens

Fumar causa mais dano arterial em mulheres do que em homens, mostram resultados preliminares de um recente estudo europeu que examinou com aparelhos de ultrassonografia as artérias carótidas – vasos sanguíneos de grosso calibre que levam o sangue ao cérebro – de 1.893 mulheres e 1.694 homens em cinco países: Finlândia, Suécia, Holanda. França e Itália.

O novo estudo concluiu que fumar durante a vida está associado ao espessamento das paredes das artérias (processo conhecido como aterosclerose) nos dois gêneros, mas o impacto negativo na população feminina é mais que o dobro do visto nos homens. Os resultados foram apresentados esta semana no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia, em Paris.

Os pesquisadores também descobriram que o efeito do número de cigarros fumados por dia na progressão da aterosclerose era cinco vezes maior em mulheres do que em homens.

Essa associação entre fumo e aterosclerose apareceu independente de fatores de risco como colesterol alto, obesidade, idade, pressão sanguínea e classe social, afirmaram os pesquisadores.

“O motivo desse forte efeito do fumo sobre as artérias femininas ainda é desconhecido, mas algumas pistas talvez possam vir da complexa interação entre fumo, inflamação e aterosclerose” disse a autora da pesquisa, Elena Tremoli, professora de farmacologia da Universidade de Milão (Itália).

Como o estudo foi apresentado em um congresso médico, os dados e conclusões devem ser encarados como preliminares até serem publicados por um periódico científico revisado por especialista

Mulheres fumantes tendem a ter mais doenças cardíacas que homens

Pesquisa feita com quase 2,4 milhões de pessoas apontou que risco é 25% maior nelas do que neles

selo

As mulheres que fumam têm 25% mais chances de sofrer doenças do coração do que os homens. São essas as conclusões de uma pesquisa que utilizou os dados de pouco menos de 2,4 milhões de pessoas com problemas cardíacos, realizada nos EUA por especialistas da Universidade de Minnesota e da Johhs Hopkins University, entre 1966 e 2010.

O estudo, publicado na revista médica especializada Lancet, afirma ainda que as mulheres em média fumam menos cigarros por dia do que homens, mas acrescenta que ainda assim elas têm mais chances de sofrer doenças coronárias se deveria a diferenças fisiológicas entre os dois sexos.

As mulheres, afirma a pesquisa, ''possivelmente extraem uma maior quantidade de cancerígenos e outros agentes tóxicos a partir da mesma quantidade de cigarros que os homens''.

A teoria das diferenças fisiológicas, afirmam os analistas envolvidos com a pesquisa, pode ser reforçada, por estudos anteriores que mostraram que as mulheres fumantes têm o dobro do risco de sofrer câncer de pulmão do que homens.

Os pesquisadores afirmam que a diferença no percentual da incidência de doenças coronárias entre homens e mulheres fumantes pode ser ainda maior do que a cifra de 25%, já que em muitos países o hábito de fumar entre mulheres é mais recente do que entre homens.

O documento afirma que fumar é uma das principais causas de doenças coronárias em todo o mundo e ''continuará sendo enquanto populações que até recentemente haviam escapado incólumes da epidemia do fumo passarem a fumar em níveis só vistos anteriormente em países de renda elevada''.

O problema, afirmam os analistas, pode ser ainda mais agravado, já que ''a popularidade do ato de fumar estaria aumentando entre mulheres jovens de países de renda baixa ou média''.

Entre as conclusões presentes na pesquisa está a de que autoridades governamentais devem criar políticas específicas para coibir o vício do fumo entre as mulheres

Mulher fumante exige tratamento duplo

Dependência da nicotina no público feminino é emocional e requer combinação de métodos

vezes, requer, além de iniciativa e vontade, tratamentos paralelos que ajudem a combater a dependência química da nicotina. A maneira de se livrar do cigarro, porém, não é a mesma para homens e mulheres.

A relação de dependência do tabaco, nos homens, é muito mais racional que para as mulheres. Nelas, o vicio é uma compensação emocional e está diretamente ligado a ansiedade e insegurança.

Segundo a cardiologista do Hospital do Coração e membro do comitê antitabaco da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Silvia Cury, o cigarro, para o homem, é uma ferramenta para combater o estresse. Nas mulheres, o vínculo emocional é mais intenso: alivia a angústia, insegurança e a ansiedade.

A especialista alerta que por essas razões, o tratamento do público feminino, muitas vezes, requer a combinação de medicação especifica, uso do adesivo de nicotina e terapia. “Os homens se dão melhor com o tratamento a base de adesivo de nicotina. A relação deles com a dependência está relacionada, normalmente, com o estresse. Na mulher, essa ligação é mais profunda e emocional. Elas regem melhor a medicação, adesivo e acompanhamento médico.”

O remédio dado durante o processo requer abstinência de álcool. Silvia explica que embora a medicação funcione bem no público feminino, as mulheres reagem negativamente à proibição da bebida. Nos homens, esse impeditivo é mais bem aceito.

“Pra cada paciente temos uma avaliação específica. Usamos a medicação associada ao adesivo nas mulheres porque ela controla bem a ansiedade que a falta da nicotina provoca, mas muitas delas não querem ficar sem beber durante o tratamento.”

Os efeitos da falta do cigarro também apresentam diferenças pontuais entre os gêneros. A especialista revela que as mulheres costumam ficar mais desanimas, apáticas. No homem, esses sintomas dificilmente aparecem.

Mitos e verdades

Na matemática feminina, antigamente, parar de fumar resultava, invariavelmente, em quilos a mais na balança. Silvia comenta que o mito ainda existe, mas não é mais um dos impeditivos para iniciar o tratamento. “Esse medo ainda é real, mas menos comum. As pessoas estão vendo que não existe correlação. A ansiedade da falta de nicotina pode provocar uma compensação na comida, mas isso não é um efeito colateral.”

O paralelo entre gordura e o tabaco foi gerado, segundo a médica, por conta da dieta do cigarro. Silvia procura orientar as pacientes a não substituir a nicotina pela refeição.“Engordar entre três a cinco quilos durante o tratamento, que pode durar de três meses a um ano, é normal do ponto de vista médico. Para quem utilizou o cigarro como moderador de apetite é ainda mais comum que isso ocorra, mas não é regra.”

Se a gordura fosse uma conseqüência imediata, os fumantes que pararam com o vicio por um tempo e retomaram meses depois, deveriam emagrecer, contesta a especialista. “Não existe relação direta. Se o cigarro não emagrece, não é possível que engorde.”

10 razões para você largar o cigarro agora

Envelhecimento cutâneo, doenças, dentes amarelos: não faltam motivos para deixar o fumo de lado

Katia Deutner | 13/09/2009 08:32

Nem o risco de criar mais rugas, deixar os cabelos mais opacos ou ficar doente faz com que muitas brasileiras abandonem o vício do cigarro. Bom, pelo menos este é o resultado de uma pesquisa recente feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que aponta que as mulheres têm mais dificuldades de largar o fumo do que os homens.

O estudo aponta que, além da dependência química, elas têm uma relação afetiva com o cigarro, que acaba sendo um remédio e um companheiro para tristezas e estresse. Mas o problema não acaba por aí: tanto o hábito de fumar quanto a interrupção do vício podem provocar a depressão – o que torna mais difícil ainda abandonar o cigarro.

Mas, com apoio, deixar de fumar é possível. Para ajudá-la a tomar essa decisão, listamos dez razões para largar o cigarro agora.

1. Risco de morte. Parece óbvio, mas quando quantificamos o estrago, entende-se a extensão do perigo: cerca de 10 mil de pessoas morrem por dia por causa do fumo, alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para ter uma ideia, é como se Portugal sumisse do mapa a cada ano. E esqueça aquele papo de “mas meu tio fumou a vida inteira e morreu de velho!”. “Algum parente seu fumou muito tempo e não teve nada? Sorte a dele. Ninguém é igual e a maioria pode sim ter complicações devido a fumaça do tabaco”, alerta o médico pneumologista Valfredo Budin.

2. Danos à saúde do seu filho. Fumantes passivos em ambientes fechados correm um risco de 30% a mais de contrair câncer de pulmão e têm 24% de chances a mais de ter infarto. Já os bebês são cinco vezes mais propensos a ter morte súbita sem causa aparente.

3. Câncer. De acordo com o Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC), o cigarro está relacionado com os cânceres de boca, laringe, faringe, esôfago, pulmão, estômago, bexiga urinária, pâncreas, fígado, colo uterino, cólon, reto e até de mama. “O câncer de pulmão frequentemente é diagnosticado em um estágio avançado, proporcionando aos pacientes uma expectativa potencial de vida de oito a dez meses”, sentencia o médico oncologista Artur Katz.

4. Varizes nas pernas. “O cigarro enfraquece a parede da veia, propiciando a dilatação e a formação de varizes. Isso sem contar que aumenta a coagulação sanguínea, causando risco de trombose, sobretudo se associado ao uso de pílula anticoncepcional ou outro tipo de tratamento hormonal”, explica Eduardo Fávero, angiologista e cirurgião vascular.

5. Envelhecimento precoce. “Fumar faz com que a elasticidade da pele diminua, dando um aspecto mais envelhecido”, comenta a ginecologista Maria Cecília Erthal, diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D’Or, no Rio de Janeiro. Isso sem contar que as unhas e os cabelos ficam quebradiços.

6. Complicações na gravidez. “Fumar durante a gestação aumenta o risco de aborto e parto prematuro, além disso, o recém-nascido de uma fumante fica mais irritadiço devido a crise de abstinência da nicotina que era absorvida através da placenta”, alerta a ginecologista.

7. Manchas nos dentes. “O efeito do alcatrão, da nicotina e de outros produtos tóxicos encontrados nos cigarros amarelam e causam manchas dentais. E não é só: quem fuma tem quatro vezes mais chances de contrair periodontite (doença que causa a destruição do osso que sustenta os dentes)”, diz Mario Kruczan, dentista especializado em periodontia e prótese dental. O cigarro está relacionado ainda com tártaros, mau hálito, alteração do paladar e até mesmo mudança no alinhamento dentário e perda dos dentes.

8. Doenças respiratórias e infecções pulmonares. O tabagismo é a principal causa de problemas cardiovasculares e respiratórios. “Em torno de 25% dos fumantes desenvolverá a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, que engloba a bronquite crônica e o enfisema pulmonar, em algum momento da vida. As lesões no tecido pulmonar causadas pelo cigarro são irreversíveis, mesmo que a pessoa tenha parado de fumar há muitos anos”, afirma o pneumologista José Jardim, professor da Faculdade de Medicina da Unifesp.

9. Infertilidade. Homens e mulheres que querem engravidar devem ficar longe do cigarro, que está associado à diminuição dos óvulos, à perda da função reprodutiva e à antecipação da menopausa. “Com relação aos homens, o fumo é responsável por uma relevante diminuição na contagem dos espermas, além de um aumento de espermas defeituosos”, afirma a ginecologista Silvana Chedid, especialista em Reprodução Humana.

10. Multa. Em muitas cidades brasileiras, fumar em local fechado dá prejuízo para o bolso. A multa é em dinheiro para o estabelecimento que permitir o cigarro e, em caso de reincidência, poderá ser interditado por até um mês. Em São Paulo, o primeiro flagrante custa R$ 792,50

Cigarro e pílula podem minar saúde ginecológica e levar ao câncer

Dupla contribui para aparecimento do câncer de colo de útero

Chris Bertelli, iG São Paulo | 07/05/2011 08:14

Cigarro: elas têm mais dificuldade para abandonar o vício

São inúmeros os fatores que aumentam as chances de uma mulher desenvolver câncer de colo de útero, muitos deles evitáveis. Entre esses, estão o cigarro e o uso constante da pílula.

O cigarro é o fator ambiental mais significante para o aparecimento da doença, quem fuma tem duas vezes mais chance de desenvolver este tipo de câncer do que aqueles que não o fazem.

A malignidade aumenta significativamente de acordo com o número de maços consumidos por dia e também com o tempo de uso do cigarro (meses, anos ou décadas).

O fumo inibe a ação da proteína P53, que garante o bom funcionamento do sistema imunológico do corpo. Com a imunidade deficiente, o combate à doença fica prejudicado e uma infecção de HPV pode evoluir para um câncer de colo de útero mais facilmente.

“Já fizemos vários trabalhas onde comprovamos o que diz a literatura médica: o cigarro piora o prognóstico da evolução do HPV, bem como retarda o tempo de eliminação do mesmo”, afirma Nelo Manfredini Neto, ginecologista do Hospital Samaritano, de São Paulo.

“O cigarro tem uma característica interessante: ele acumula principalmente na região cervical, mais particularmente no muco cervical. Essas moléculas fazem com que o vírus possa ficar na região por mais tempo, ou seja, persistir mais”, explica Luisa Villa, coordenadora do Instituto do HPV.

Uma revisão de 28 estudos descobriu que mulheres que fazem uso de contraceptivos orais têm mais chances de ter câncer do que aquelas que nunca tomaram o remédio. O vírus responde mais por causa dos derivados de estrógeno contidos na pílula, esclarece Villa.

Outra explicação seria a redução no uso de preservativo, já que a contracepção está sendo feita com a pílula.

Câncer de colo de útero

A principal alteração que pode levar a esse tipo de
câncer é a infecção causada pelo papilomavírus humano, o HPV, com alguns subtipos de alto risco e relacionados a tumores malignos, alerta o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Segundo a entidade, são 18.430 novos casos todo ano e 4.800 vítimas fatais. No ranking, é o segundo tumor mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama. É a quarta causa de morte na população feminina no País. Além disso, 44% descobrem câncer de colo de útero em estágio avançado.

A boa notícia, no entanto, é que existem formas de preveni-lo. A vacina contra o HPV, por exemplo, é uma das tecnologias mais recentes no combate à doença. Ela chegou pela primeira vez ao Brasil em 2007 e está sendo indicada para mulheres sexualmente ativas até os 26 anos. Em outros países, no entanto, já está sendo aplicada também em outras faixas etárias.

A realização anual do exame papanicolaou também tem se mostrado bastante eficaz. Por meio desse exame é possível identificar lesões pré-cancerosas. Quando tratadas precocemente, podem impedir que a doença se torne um câncer.

Os riscos de fumar "socialmente"

Pesquisa mostra que mulheres são mais adeptas do hábito que pode ser nocivo como fumo diário

Fernanda Aranda, iG São Paulo | 29/08/2010 11:43 - Atualizada às 13:00

Especialistas dizem que "fumar só quando bebo" também é prejudicial à saúde

O “não” respondido após a pergunta “você fuma?” pode esconder um hábito eventual que afeta a saúde de forma parecida com os danos provocados pelos cigarros consumidos todos os dias.

Não são poucos os que dizem fumar apenas aos sábados e domingos, quase sempre em parceria com a ingestão de copos e mais copos de cerveja, situação que expõe o organismo às mesmas substâncias tóxicas do tabaco.

A diferença é que o fumante de todo o dia sabe que está em um grupo de risco. Já o autointitulado “fumante social” imagina estar mais protegido da extensa lista de problemas associados ao tabagismo, que inclui câncer, doenças respiratórias, alergias e até infarto.

O primeiro indício de que as baforadas eventuais são mesmo um problema de saúde é que o tema já faz parte das pesquisas científicas. A grande preocupação dos especialistas é que o fumante “de vez em quando”, em geral, quando se propõe a fumar, consome muitos cigarros.

O Instituto do Câncer da Austrália quis mapear o hábito com 800 fumantes e identificou que, na faixa etária entre 18 e 24 anos, 65% dizem fumar mais em um único dia da semana, em geral o sábado. Entre os fumantes sociais, 56% deles eram mulheres e que quase metade (49%) já chegou a fumar 30 cigarros em um único dia (mais de um maço).

A quantidade excessiva de nicotina em um único dia é chamada de “binge” nas pesquisas internacionais – termo que pode ser traduzido ao português como “fumante pesado”.

“Infelizmente, muitas pessoas que fumam uma vez por semana ou só socialmente não percebem que o risco de câncer é tão alto quanto fumar regularmente”, disse Anita Dessaix, gerente do Instituto de Prevenção ao Câncer da Austrália no paper divulgado sobre o estudo.

“Pesquisas internacionais já têm evidenciais de que fumar e beber simultaneamente aumenta de forma significativa os cânceres de cabeça, pescoço e faringe”, completou.

Não é só câncer

A cardiologista do Programa de Tratamento do Tabagismo do Instituto do Coração, Tânia Ogawa, diz que associar o cigarro a estes momentos de prazer faz com que os pulmões e o nariz sejam os prejudicados de forma imediata.

“Fumar um maço no sábado ou domingo pode provocar intoxicações. Já tivemos relatos de náuseas, tontura, vômito como se fosse uma ressaca”, diz ao completar que a definição de dependente de nicotina não serve apenas para quem fuma diariamente.

“Temos alcoolistas que só bebem de final de semana, assim como dependentes de cigarro que só fumam aos sábados. Se a pessoa não consegue não fumar quando sai para se divertir já pode ser um sinal”, diz.

A pneumologista do Hospital do Coração, Silvia Cury, acrescenta que não há dosagem segura de consumo de cigarro. “Não importa a quantidade para o dano”, afirma ao citar como referência a pesquisa feita pelo Instituto Nacional do câncer (Inca) que calculou os prejuízos provocados pelo fumo passivo. Segundo a entidade, só o fato de aspirar a fumaça do outro fumante faz com que sete pessoas não fumantes morram por dia no País.

A avaliação é que, se o fumo passivo já é tão “poderoso”, o eventual também é suficiente para potencializar problemas graves, em especial alergias, asmas, bronquites e rinites

Além do happy hour

Engana-se quem pensa que o “fumar pesado” pode aparecer só em situação de happy hour. Com as restrições do uso do cigarro em bares, restaurantes e casas noturnas – determinação garantida por lei em São Paulo, Rio de Janeiro, Manaus, Curitiba e em outras cidades brasileiras – o consumo de muitos cigarros em pouco tempo pode surgir em meio ao expediente.

Em frente ao Conjunto Nacional, prédio na Avenida Paulista, centro de São Paulo, diariamente entre 8h e 18h, passam exemplos do mau hábito. Pessoas acendem um cigarro no outro, imediatamente, para compensar a saída para fumar.

“Descer do escritório quatro, cinco vezes para fumar complicou a vida do fumante, sabemos disso. Em casos de compulsão, alguns preferem em uma saída fumar três cigarros, como se pudessem fazer reservas”, afirma a médica Maria Cristina Megid, coordenadora do Centro de Vigilância Sanitária, responsável pela fiscalização da lei antifumo paulista.

“O que precisamos alertar é que isso pode trazer um efeito desastroso para a saúde, de intoxicação mesmo, além de todos os males já conhecidos do tabagismo.”

Mulheres têm mais dificuldade para largar o fumo

Elas buscam mais ajuda, mas demoram mais que eles para parar de fumar

Cigarro: câncer de pulmão já é a terceira causa de morte entre mulheres

Depois de 50 anos na companhia do cigarro, o presidente Lula afirmou nesta terça-feira que há 40 dias deixou o fumo de lado.

Ele declarou que não tem sido fácil ficar sem as tragadas mas, se fosse do sexo feminino, a autoridade máxima do Brasil poderia ter ainda mais dificuldade de largar o vício.

Influência dos hormônios, da rotina e até mesmo da pressão pelo corpo magro, as mulheres demoram mais para conseguir a independência do tabagismo, já atestaram pesquisas. Uma delas, feita pelo Centro de Referência e Tratamento do Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod) constatou que apesar de elas serem maioria entre os que buscam tratamento para abandonar o vício, as mulheres também têm mais dificuldade do que os homens em ficar abstêmias.

O levantamento foi feito com 500 pacientes que buscaram ajuda médica no Cratod. Do total, 63% eram mulheres. Por outro lado, enquanto 47% dos o pacientes do sexo masculino já haviam conseguido ficar longos períodos sem fumar (mais de um ano), entre elas, esta taxa recuou para 34%.

A diretora do Cratod, Luizemir Lago, já afirmou que o cigarro tem representações diferentes para os homens e mulheres. Esta representação, inclusive, acaba de ser mapeada por estudo de caso publicado na edição de dezembro do Caderno Brasileiro de Saúde Pública.

Em um serviço público do Rio de Janeiro, as pesquisadoras Márcia Broges e Regina Simões Barbosa investigaram quais os significados simbólicos do cigarro para mulheres que estavam tentando parar de fumar. Confirmaram o que a literatura já alertava: elas, diferentemente dos homens, sempre associam o início do fumo a algum episódio marcante (fim de namoro, morte, desentendimento), o que dificultaria o abandono do hábito. Além disso, o discurso das 14 fumantes acompanhadas relacionava o cigarro a “um companheiro”, presente nos momentos de dificuldades no trabalho e na vida pessoal.

Além da relação de companhia com o cigarro, as mulheres sofrem mais de transtornos depressivos do que os homens (relação de dois casos femininos para cada um masculino, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria). Essas manifestações podem dificultar o fim “parceria” com o tabaco, que tanto prejudica a saúde e o bem-estar da mulher.

Prejuízos contabilizados

Os especialistas reforçam que as dificuldades em parar de fumar não devem ser empecilho. O organismo feminino paga um preço alto por causa do fumo. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), uma das evidências dos prejuízos são os casos de câncer de pulmão. Na década de 40, este tipo de tumor maligno era incomum entre as mulheres. Já no último balanço, divulgado este ano, está em terceiro lugar no ranking de incidência, só atrás do câncer de mama e colo de útero. Estudos já constataram que 95% dos cânceres de pulmão são desenvolvidos em pacientes com histórico de fumo.
O cigarro também é apontado como importante influenciador do câncer de mama em mulheres mais jovens. No Brasil, mesmo em idade fértil – entre 10 e 49 anos – elas já são ameaçadas pela neoplasia das mamas, a 5ª na lista de causas de morte mais frequentes.

Apesar da ciência já ter constatado as desvantagens do cigarro companheiro das mulheres, um levantamento feito pela Universidade Federal de São Paulo mostrou que as adolescentes já fumam tanto quanto os meninos. Foram realizadas 3.077 entrevistas no País com pessoas entre 14 e 18 anos. O índice de garotos fumantes foi de 8,6%, só dois pontos porcentuais acima do que o encontrado entre elas (6,7%). Na população como um todo, este mesmo índice mostra uma diferença de 10 pontos: 25% entre eles e 14% entre elas

Dificuldade em largar o cigarro começa pelo acesso ao tratamento

Governo oferece suporte desde 2005, mas poucas unidades básicas de saúde fazem atendimento

Lívia Machado, iG São Paulo | 24/06/2010 14:55

Há cinco anos, o Ministério da Saúde criou um programa de apoio ao tabagista, com critérios delineados: capacitação de profissionais, grupos de apoio, cartilhas e medicamentos entregues trimestralmente às unidades autorizadas. A idéia é oferecer suporte clínico e medicamentoso àqueles que desejam se tornar ex-fumantes.

Entretanto, além do gargalo estrutural – a contradição óbvia entre o número de UBS existentes e a parcela mínima que está credenciada para tratar o tabagismo – encontrar informações sobre o programa e identificar as redes participantes parece uma tarefa tão difícil quanto abandonar o vício.

Se ao decidir parar de fumar o cidadão optar pela ajuda oferecida no Disque Saúde (0800 61 1997) ou buscar informações sobre as possibilidades do tratamento na página do Ministério da Saúde, destinada ao tabagista, não encontrará nenhum dado sobre o atendimento médico nos postos de saúde, tampouco conseguirá encontrar qual unidade, no seu estado, oferece o serviço. Um passo a passo simples, com dicas, e uma espécie de auto-ajuda virtual é o máximo que a página ou o serviço telefônico oferecem.

Tratamento: demanda muito além das poucas unidades públicas capacitadas

Ricardo Henrique Meirelles, pneumologista da Divisão de Controle de Tabagismo do Inca, instituição responsável pelo desenvolvimento do programa, reconhece que há uma lacuna absoluta no acesso à informação e na divulgação do atendimento à população.

“Há essa falha. Queremos que os dois serviços, tanto virtual quanto o telefônico, informem por região as unidades básicas que podem dar suporte aos fumantes, mas isso ainda é um plano futuro.”

Hoje, cabe aos estados e municípios o papel de divulgação da rede credenciada na região. A forma como o programa foi estruturado, segundo o médico, divide a responsabilidade de propaagação do serviço e justifica o baixo número de unidades participantes.

Meirelles explica que o programa não é imposto a nenhum estado. O interesse deve partir dos secretários de Saúde. É papel de cada município informar ao Ministério da Saúde a necessidade de atendimento ao fumante. A partir daí, o Governo oferece a capacitação dos profissionais, material (cartilhas de apoio) e medicamentos. A distribuição é feita trimestralmente.

“Se os secretários municipais não tiverem interesse, não entenderem a importância desse atendimento ambulatorial para a saúde pública, não temos como impor que esse serviço exista. A carência continuará existindo.”

A estrutura do programa dá liberdade aos estados, mas provoca um grande gargalo no atendimento ao fumante no País. Até o final de 2010, Meirelles acredita que o número de Unidades participantes triplique, ultrapassando três mil postos. A expectativa é que o serviço seja oferecido em 3313 unidades em todo o Brasil. Na avaliação do médico, encarar o tabagismo como uma doença é uma realidade da medicina moderna, que vem sendo incorporada pelos órgãos públicos e privados nos últimos anos.

O Hospital do Coração, assim como a grande maioria de dos hospitais particulares, oferece um tratamento específico ao fumante. Os custos, porém, são elevados. Silvia Cury, pneumologista da Instituição, revela que em oito semanas de tratamento, o paciente gastará, em média, R$ 1.500. O valor inclui acompanhamento de um terapeuta e medicação. No HCor, o fumante recebe um tratamento individualizado, com auxilio nutricional, psicológico, além de exames e avaliação clínica.

Defasagem

Nas unidades básicas, o tratamento tem duração de um ano. Os remédios (adesivo de nicotina, goma ou pastilhas, antidepressivos ou medicamentos que cortam o prazer dado pela nicotina) só podem ser prescritos por médicos especializados, mas o atendimento ao fumante é feito por qualquer profissional de saúde capacitado pelo Inca. O programa oferece um grupo de apoio ao tabagista. No primeiro mês, as reuniões são semanais, no segundo, quinzenais e após o terceiro mês, o paciente passa a receber um acompanhamento mensal.

A metodologia tende a ser semelhante à usada em redes privadas. Meirelles explica que é impossível ter psicólogos e nutricionistas em todas as redes, principalmente nas unidades mais afastadas, como no nordeste e no norte do País.

“Oferecemos um serviço de massa, não temos como elitizar esse atendimento. Mas há capacitação e qualidade. É fundamental que o fumante tenha auxilio e o tabagismo seja tratado como uma doença.”

Em 2008, as unidades de saúde atenderam 67 mil fumantes. Apenas no primeiro semestre de 2009, 43 mil pessoas já participaram do programa. No Hcor, em São Paulo, 500 pessoas por ano participam do tratamento e tentam deixar o vício. O custo, para a instituição, gira em torno de 700 mil reais por ano. A procura por auxílio, segundo os especialistas, cresce a cada ano.

Para Meirelles, tratar um fumante em Unidades Básicas ou iniciativas privadas de apoio, representa um custo expressivamente menor comparado aos impactos das doenças causadas pelo fumo à saude pública.

“Os gastos são infinitamente menores. É um problema sério deixar para tratar o fumante quando os danos e impactos são, muitas vezes, irreversíveis. É preciso dar apoio, estímulo para que o vício seja cortado o quanto antes.”

Exposição à fumaça de cigarro atinge 26% dos brasileiros

Secretaria de Saúde de SP realiza ações antitabagismo nessa semana

Um quarto dos brasileiros com mais de 16 anos (26%) fica exposto à fumaça de cigarro em ambientes fechados por em média quatro horas por dia, concluiu uma pesquisa inédita encomendada pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

De acordo com o levantamento, realizado pelo instituto de pesquisas Datafolha, mais da metade do grupo vítima do fumo passivo fica até duas horas por dia respirando a fumaça de cigarro alheia e 13%, 19 horas ou mais - isto apesar de a maioria dos ouvidos concordar que a fumaça faz mal tanto para o fumante quanto para quem não fuma

“A maioria dos municípios ainda não baniu os fumódromos e há também pessoas que fumam dentro de casa, expondo os demais moradores aos riscos do cigarro”, afirmou a presidente da sociedade, Jussara Fiterman. “Muitas vezes é difícil intervir. São os familiares, o marido, a mulher, submetidos ao tabagismo por causa dos hábitos de um outro morador da casa. O fumante é uma vítima e o que não quer fumar e é obrigado, mais ainda”.

A pesquisa ouviu 2.242 brasileiros com 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas, em pontos de fluxo de 143 municípios. A margem de erro máxima é de dois pontos porcentuais para mais ou para menos, dentro do intervalo de confiança de 95%. O levantamento também mostra que 20% disseram fumar. A média é de 13 cigarros diários.

Em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado no domingo (29), a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, por meio do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod), promove ação na terça-feira (31), das 9 horas às 13 horas, contra o tabagismo no Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2073), região central de São Paulo.

Haverá distribuição de panfletos, medição de nível de monóxido de carbono no ar expirado, aplicação de questionário para avaliar o nível de dependência de nicotina, orientação sobre tratamento na rede pública de saúde e um desfile de moda com celebridades para alertar os jovens sobre os malefícios do cigarro.

Mulher prejudica orçamento doméstico pelo fumo

A maioria reconhece que o hábito interfere nas contas da casa, diz pesquisa

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Segundo pesquisa inédita realizada no mundo todo pelo International Tobacco Control (ITC), oito em cada dez delas admitiram que nos últimos seis meses “gastaram dinheiro com cigarro sabendo que ele poderia ser melhor empregado com outros gastos domésticos, como a compra de alimentos”.

Em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) foram entrevistadas 1.826 pessoas de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, sendo 59% mulheres. Na comparação com os homens participantes do levantamento, foi constatado que o “bolso feminino” é mais afetado do que o masculino: enquanto 80% das fumantes disseram que ajustam o orçamento de casa para satisfazer o hábito de fumar (sempre em benefício do tabaco e não da saúde), entre eles, o índice foi de 75%.

Perfil de dependência

Campanha contra o cigarro: mulheres serão foco do Dia Mundial sem Tabaco deste ano

A maior consciência de que o cigarro atrapalha nas contas domésticas não foi a única diferença estatística das mulheres no estudo feito pelo ITC Brasil. Elas, mais do que eles, sentem no corpo os efeitos do tabaco. Das pesquisadas, 44% pensam com muita frequência nos danos que o fumo pode provocar, como infarto, acidente vascular cerebral e câncer. Os homens somaram 35% neste grupo. Nas outras questões abordadas, entretanto, os sexos masculino e feminino empataram. Os padrões de dependência foram muito semelhantes: 91% afirmam ser dependentes do cigarro e 52% se dizem “muito” dependentes.

O “empate”, dizem os especialistas, é mais uma desvantagem para a mulher. Primeiro porque houve um tempo em que elas não fumavam, depois porque elas também têm mais dificuldade em parar e um terceiro motivo, lembra Cristina Perez – médica da Divisão de Tabagismo do Inca – é que o sexo feminino está no alvo das propagandas do tabaco.

“São lançados cigarros feitos para mulheres, vendidos em carteiras acompanhadas de batom e sombra”, lamenta a médica. “O resultado disso é que entre as meninas a parcela de fumantes aumenta, enquanto a tendência nacional é de diminuição de fumantes”.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 17% dos brasileiros maiores de 15 anos fumam. Em 1989, essa população somava 33%, o que significava um fumante em cada três pessoas. Apesar da diminuição, um estudo da Universidade Federal de São Paulo mostrou que 8,6% dos garotos entre 14 e 16 anos fumam, só dois pontos porcentuais acima do que o encontrado entre elas (6,7%). Na população como um todo, este mesmo índice mostra uma diferença de 10 pontos: 25% entre eles e 14% entre elas.

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A preocupação com o aumento de mulheres fumantes fez com que as autoridades de saúde fizessem políticas específicas para mulheres. No ano passado, o Inca lembrou que, além do corpo, a beleza também fica doente por causa das tragadas. Nas embalagens dos maços de cigarro, além das clássicas fotos sobre a impotência masculina e o câncer de pulmão, agora circulam imagens de mulheres com o rosto enrugado, sequela da fumaça. Não é a única resposta. Este ano, pela primeira vez, a Organização Mundial de Saúde (OMS) escolheu a mulher como foco do Dia Mundial sem Tabaco, celebrado em maio"

Obs. Coletânea de artigos de autores diversos.