quarta-feira, 30 de setembro de 2015

SAÚDE E FELICIDADE


SAÚDE

 e 



Podemos dizer sem nenhum medo de errar: A MAIOR FELICIDADE DO MUNDO É TER SAÚDE.

Sem saúde é quase impossível ser feliz. As pessoas muitas vezes passam a maior parte de suas vidas buscando a felicidade, quando deveriam primeiro procurar por todos os meios preservar a saúde.

Acontece que quando se é jovem, geralmente pensamos que não vamos ficar velhos, esquecendo que só fica velho quem está vivo e que para continuar vivo é preciso ter saúde. “Envelhecer é o preço que se paga para continuar vivo”.

O Dr. Dráuzio Varella nos presenteia com este brilhante texto sobre o assunto:




“A ARTE DE NÃO ADOECER
Se não quiser adoecer - Fale de seus sentimentos:
Emoções e sentimentos que são escondidos, reprimidos, acabam em doenças como: gastrite, úlcera, dores lombares, dor na coluna.Com o tempo a repressão dos sentimentos degenera até em câncer. Então vamos desabafar, confidenciar, partilhar nossa intimidade, nossos segredos, nossos pecados. O diálogo, a fala, a palavra, é um poderoso remédio e excelente terapia.

Se não quiser adoecer - Tome decisão:
A pessoa indecisa permanece na dúvida, na ansiedade, na angústia.A indecisão acumula problemas, preocupações, agressões.A história humana é feita de decisões.Para decidir é preciso saber renunciar, saber perder vantagem e valores para ganhar outros. As pessoas indecisas são vítimas de doenças nervosas, gástricas e problemas de pele.

Se não quiser adoecer - Busque soluções:
Pessoas negativas não enxergam soluções e aumentam os problemas. Preferem a lamentação, a murmuração, o pessimismo. Melhor é acender o fósforo que lamentar a escuridão. Pequena é a abelha, mas produz o que de mais doce existe. Somos o que pensamos.O pensamento negativo gera energia negativa que se transforma em doença.

Se não quiser adoecer - Não viva de aparências:
Quem esconde a realidade finge, faz pose, quer sempre dar a impressão que está bem, quer mostrar-se perfeito, bonzinho etc., está acumulando toneladas de peso... Uma estátua de bronze, mas com pés de barro.Nada pior para a saúde que viver de aparências e fachadas. São pessoas com muito verniz e pouca raiz.Seu destino é a farmácia, o hospital, a dor.

Se não quiser adoecer - Se aceite:
 A rejeição de si próprio, a ausência de auto-estima, faz com que sejamos algozes de nós mesmos.Ser eu mesmo é o núcleo de uma vida saudável.Os que não se aceitam são invejosos, ciumentos, imitadores, competitivos, destruidores. Aceitar-se, aceitar ser aceito, aceitar as críticas, é sabedoria, bom senso e terapia.

Se não quiser adoecer - Confie:
Quem não confia, não se comunica, não se abre, não se relaciona, não cria liames profundos, não sabe fazer amizades verdadeiras.Sem confiança, não há relacionamento. A desconfiança é falta de fé em si, nos outros e em Deus.

Se não quiser adoecer - Não viva sempre triste:
O bom humor, a risada, o lazer, a alegria, recuperam a saúde e trazem vida longa.A pessoa alegre tem o dom de alegrar o ambiente em que vive."O bom humor nos salva das mãos do doutor". Alegria é saúde e terapia.”

Assim, é preciso se ter em mente desde jovem que de nada adianta “conquistar o mundo”, adquirir uma infinidade de bens, sem ter saúde para desfrutar. Então, o que mais acontece é que se “estraga” a saúde na busca incessante para acumular bens materiais, para depois gastar tudo com problemas de saúde. Estamos cansados de ver este filme....


quarta-feira, 23 de setembro de 2015

SOMOS AQUILO QUE CONSUMIMOS

Comida
Alegria

Tristeza
Doença

"Muitas pessoas me dizem: "eu quero ser antes de ter", - mas ter o quê? Outras pessoas dizem: "eu quero ter, depois vou ser", - mas ser o quê?

Todo ser humano se auto-constrói diariamente: com cada pensamento que emite, com cada ação que pratica e com cada emoção que sente. Todas estas coisas nos são impostas pelas circunstâncias da vida ou nós as geramos individualmente, de acordo com o nosso estado de espírito. Estamos, assim, exercendo um processo de consumo e utilização daquilo que faz parte de nosso universo.

Quando damos muita importância para alguma ingratidão, passamos a consumi-la; quando damos muita importância para alguma tristeza, passamos a consumi-la também e o mesmo ocorrerá com todos os fatores que compõem a nossa existência como amor, ódio, certeza, incerteza, gratidão, ingratidão, esperança, desesperança, alegria, tristeza... E nossas emoções e sentimentos são como nosso metabolismo: teremos saúde com uma alimentação sadia ou teremos deficiências com uma alimentação incompleta.

A falta de algum elemento no consumo de certos alimentos normalmente causará danos ao nosso organismo levando-nos, muitas vezes, a ganhar uma nova companheira de viagem: uma doença. Nosso alimento é o que refletirá nosso corpo, e nossas emoções e sentimentos refletirão nossa alma.

Observe bem sua vida e analise o que anda consumindo neste momento:

- Você tem mágoas espalhadas pelo seu coração?

- Tem alguma tristeza guardada a sete chaves no seu pensamento?

- Algo que deveria ter perdoado e não perdoou?

- Tem alguém que gostaria de rever por aí, mas não procurou?

Tudo aquilo que você consumir através de seu metabolismo e de suas emoções um dia se refletirá, da mesma forma, na sua existência. É hora de escolher e vigiar! É hora de conscientizar seu íntimo que você é aquilo que consome, tanto no corpo como na alma.

Dê um basta em tudo que possa poluir sua maneira de ser, seu jeito de felicidade e sua vontade de vencer. Se pretende ser uma pessoa nutritiva, consuma coisas nutritivas.

Você pode, você deve e, principalmente, você merece, tenha absoluta certeza disso!"

(Autor: César Romão, professor, palestrante, autor de vários livros, dentre os quais “Superdicas para motivar sua vida e vencer desafios”)


Especialista em Gestão de Pessoas através de sua consagrada metodologia nas áreas de: Motivação, Estratégia, Marketing, Liderança, Educação, Vendas, Carreira e Empreendedorismo.

Jornalista profissional MTB nº 37093, com uma visão econômica, social e política capaz mensurar panoramas dentro destas áreas de maneira a contribuir para decisões de expansão empresarial e sugerir ao público tendências de mercado, ações retratadas em suas matérias e artigos sobre consultoria empresarial e organizacional, publicadas em diversos veículos jornalísticos do país.

Membro do Corpo de Graduados Especiais da Ordem do Mérito Militar, admitido por Decreto do Presidente da República Federativa do Brasil, que lhe concedeu o grau de Cavaleiro, nesta que é a mais elevada distinção honorífica do Exército Brasileiro.

Membro Paul Harris do Rotary Internacional com reconhecimento Major Donor, concedido por sua prestação de tangíveis e significativos serviços humanitários e sociais, com o objetivo de fomentar a compreensão e as relações amistosas entre os povos do mundo.

Recebeu da Cidade de São Paulo o mais importante Título Honorífico concedido à um Cidadão Paulistano: a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade, reconhecimento outorgado por unanimidade pela Câmara Municipal de São Paulo, através do Decreto Legislativo 87/2011.

Recebeu homenagem de Sua Santidade Papa Francisco, que concedeu-lhe a Sagrada Benção Apostólica, uma das mais importantes honrarias concedidas pelo Estado do Vaticano.

Membro do Conselho da Escola Superior de Gestão Strong - Conveniada FGV Management.

 Membro do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho Via de Acesso.

Membro no Grau de Chanceler da Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística, Oficializada pelo Governo da República Federativa do Brasil.

Membro do GCSM - Global Council of Sales Marketing.

Membro do Grande Oriente do Brasil no Grau de Mestre.

Membro e Conselheiro do Mercedes-Benz Club Brasil, reconhecido oficialmente pelo GmbH Mercedes-Benz Museum - Stuttgart - Germany.

Vice Presidente Cultural da API - Associação Paulista de Imprensa, a Casa do Jornalista de São Paulo, fundada em 1933, registro de membro nº 2.416.

Membro do Conselho de Ética da ABIME - Associação Brasileira de Imprensa e Mídia Eletrônica.

Membro do Conselho da Fundação Esportiva Educacional PRÓ Criança e Adolescente EPROCAD, entidade da qual já foi Presidente.

Motivador da Força da Paz da ONU integrada por Militares do Exército Brasileiro.Participou intensamente da implantação de programas organizacionais junto aos Comandos e Escolas Militares de todo país, ministrando suas palestras à todos os níveis hierárquicos deste universo corporativo, atuando ainda no aperfeiçoamento dos Oficiais do Exército Brasileiro, da Marinha do Brasil e das Nações Amigas, Polícia Militar do Estado de São Paulo e Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo.

Criador e executor do Projeto Fábrica de Gente, que, ao longo de 19 anos de existência, reintegrou à sociedade centenas de meninos de rua, através do trabalho e profissionalização especializada. Um projeto reconhecido internacionalmente, tendo recebido diversas menções e congratulações no Brasil e exterior e também na área de recursos humanos. Uma ação avançada para uma época em que pouco se fazia no Brasil pelo social junto as organizações. Uma ação que inspirou Governos, Empresas e pessoas em atuarem com um perfil socialmente humanizado. Durante todo tempo de atuação deste Projeto, críticos, jornalistas e formadores de opinião muito contribuíram no aval deste trabalho. Programas de TV como Fantástico e Globo Repórter dedicaram pautas exclusivas em sua grade de programação mostrando a inovação que atitudes como esta poderiam trazer para nosso universo social e corporativo.

Conferencista - aprovado por notória especialização, tem sua atuação amplamente reconhecida e premiada junto a diversos segmentos de mercado, instituições nacionais, crítica especializada e veículos de comunicação do país. Possui história de vida e experiência aplicada, fatores que fazem de seu trabalho um processo renovador com diferencias competitivos para gerar resultados positivos ao público e as organizações.

Professor - Pesquisador de assuntos comportamentais humanos e corporativos, com atuação de expositor e facilitador em congressos Educacionais.

Escritor - autor de doze livros publicados no Brasil, com expressivas marcas de vendas, obras que se tornaram best-sellers e repetem o sucesso em diversos países. Alguns destes títulos são adotados por Empresas e Universidades como ferramenta para desenvolvimento de profissionais e alunos. Com um estilo único de escrita, suas obras possuem um profundo conteúdo capaz de causar reflexões transformadoras nos leitores, conduzindo estas pessoas para um caminho de realizações.

 Conquistou o Recorde Brasileiro como o Escritor que autografou o maior número de livros em um só evento, 1340 exemplares em 3h12'12".

Realizador de Cursos destinados ao aperfeiçoamento de profissionais e empresas, assim como integração e desenvolvimento de colaboradores no processo de mudanças e crescimento do mercado atual, visando resultados organizacionais.

Iniciou sua Carreira de Escritor e Conferencista em 1990, já realizou até este ano a marca de 1.810 palestras, foi ouvido dos palcos por mais de 1.4 milhões de pessoas. Possui 1.590 alunos diplomados em seus Cursos. Recebeu até o momento 492 Homenagens por seu desempenho profissional. Ultrapassou marcas expressivas de livros vendidos no Brasil e mais 51 países.

Radialista, apresentou 423 programas de rádio AM/FM sobre os temas de: Liderança, Motivação, Vendas, Carreira, Coaching, Marketing, Estratégia e Gestão Organizacional, além de entrevistas com personalidades do mundo corporativo, artístico e cultural.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

S O R R I S O



















"Que grande benção é um sorriso.

Oferecer um sorriso torna feliz o coração.

Enriquece quem recebe, sem empobrecer quem o doa.

Dura somente um instante, mas sua recordação permanece por longo tempo.

Ninguém é tão rico a ponto de dispensá-lo, nem tão pobre que não possa doá-lo.

O sorriso gera alegria, dá sustento no trabalho, sinal visível de amizade.

Um sorriso dá consolo a quem está cansado, triste, e renova a coragem no desânimo.

É um bem que não se pode comprar e deixa a vida bem melhor.



Se algum dia você encontrar alguém que não lhe ofereça um sorriso, seja generoso em dar o vosso - ninguém tem tanta necessidade quanto aquele que não sabe doar".

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

AMIGOS JÁ VEM PRONTOS!


"Não gosto da frase "fazer amigos". É como se aportássemos ao mundo com o dom de produzi-los a nosso bel prazer, à nossa imagem e semelhança... A divindade da amizade pertence a outro reino, onde os deuses da perfeição é que determinam as leis.
Amigos surgem em nossas experiências no mundo. Não são feitos, são trazidos a nós prontos e acabados, carregando na algibeira defeitos e virtudes, ora mais de uns, ora mais de outros. Não chegam a nós por obra do acaso, antes surgem em nosso caminho como resposta à lei natural da vida, que nos impele na busca eterna da completude. O poeta Vinícius já avisava: "a gente não faz amigos, reconhece-os." Reconhecê-los, eis o desafio primário...
A gente reconhece um amigo quando ele ocupa em nós espaços que, sem o saber, mantemos vazios. E fazem isso com generosidade e, às vezes, quando precisamos, com sua incômoda presença. Como espelho, o amigo nos mostra nossos mais evidentes e irritantes defeitos.
Como parceiro, ajuda-nos a ver o outro lado do mundo, o que há depois da próxima curva da estrada. Como conselheiro, acelera nossos passos quando seguimos lentos demais, e nos ajudam a observar o crepúsculo como um anúncio otimista da chegada da escuridão noturna.
Cultivar amigos, sim, é a expressão adequada. Cultivar é criar condições para o nascimento e o desenvolvimento de sentimentos recíprocos. É estabelecer as condições para que a troca entre duas pessoas aconteça, e seja tão rica quanto equânime. Eu dou, eu recebo. Eu planto, eu colho. Eu cuido, eu sou abençoado.
Como na agricultura, cultivar implica em saber conservar, manter, preservar as condições mínimas para que a amizade, qual planta, cresça - muitas vezes, e principalmente -, apesar das condições mais adversas.
Uma frase de Saint-Exupèry, repetida à exaustão, afirma que somos responsáveis por aquilo que cativamos. Para amigos, eu penso diferente: somos responsáveis, sim, por cultivar aquilo que a vida nos traz como presente divino. Perder um amigo é perder uma oportunidade única de se tornar alguém melhor".
Sobre o Autor: 

Alexandre Pelegi, jornalista, escritor e consultor.
Diretor da Frente e Verso, editora e produtora de eventos, apresenta e produz, com Irineu Toledo e Renata Leite, o programa "Fique por Dentro" na rádio Metropolitana. Com formação na área de Física e Matemática, com pós-graduação em Ciência Política, e vasta experiência em consultoria política em governos locais e estaduais, é comentarista de conteúdo há mais de 10 anos no rádio brasileiro.



quinta-feira, 10 de setembro de 2015

CORRER - LIVRO DE DR DRÁUZIO VARELLA





CORRER é o título do mais recente livro de autoria do Dr Dráuzio Varella, médico, escritor, maratonista e, acima de tudo, uma figura humana extraordinária. 

O livro é todo bom e recomendo sua leitura não somente para corredores e médicos, mas para todos as pessoas. Garanto que vão gostar. 

Ao concluir a leitura resolvi compartilhar com meus amigos alguns trechos desse excelente manual e foi do "epílogo" que extraí o que mais gostei. Grifei as frases que considero verdadeiras "pérolas". 

Começa assim: 

"Impossível imaginar quem eu seria hoje se continuasse sedentário como fui no tempo em que fumava".

"O homem é o resultado do impacto cognitivo causado pelas ações que praticou e pelas que deixou de realizar, tanto quanto é consequência das lembranças arquivadas na memória e das que foram relegadas ao esquecimento". 

"Correr maratonas coincidiu com o período mais feliz e produtivo de minha vida, durante o qual pude concretizar os principais anseios da juventude, ao lado de outros que se manifestaram na maturidade".


"Comecei a correr maratonas numa fase em que minhas filhas já estavam crescidas, a vida profissional bem encaminhada, a casa própria adquirida, as participações em campanhas educativas sobre a aids na Rádio Jovem Pan e na 89 FM - a Rádio Rock - ganhavam popularidade, o projeto do rio Negro abria meus olhos para Amazônia, e o trabalho no Carandiru me punha em contato com o universo da marginalidade. Estava preparado o cenário que me conduziu à vida que levo agora".

"Já vivia ocupado com os pacientes e as outras atividades quando acrescentei a obrigação de treinar com regularidade para as provas de 42 quilômetros".

"Insisto em maratonas sem ter certeza se o esforço exigido para completar 42 quilômetros poderia por em risco a vida de um homem com mais de setenta anos. No íntimo, algo me diz que o risco é baixo, bem menor que os benefícios colhidos, mas sei que faltam estudos com dados confiáveis. Afinal, quantos maratonistas há com essa idade? Não teria chegado o momento de reduzir a intensidade dos treinos e participar de provas mais curtas? Correr 10 quilômetros ou os 21 das meias maratonas não seria atividade física suficiente?"

"Se formos pensar nos benefícios à saúde, nem precisaria de tanto: bastaria andar trinta minutos por dia; mas a questão não é essa. Quem descobre a sensação de bem-estar e a euforia que a corrida traz não se contenta em caminhar".

"A preparação para provas curtas pode ser improvisada em duas ou três semanas; para maratonas, jamais. Ninguém completa 42 quilômetros com meia dúzia de treinos. A vantagem da maratona é exigir a disciplina que me obriga a sair da cama às cinco da manhã, faça frio ou esteja no escuro. Sem essa premência acabo relaxando e deixando para o dia de são nunca, como tanta gente faz".

"Na rua, quando vem em sentido contrário um homem de meia-idade com o cinto afivelado abaixo do abdômen proeminente e o rosto vermelho-azulado dos fumantes, tenho ímpeto de abordá-lo: Desculpe, mas vai acontecer uma desgraça em sua vida: infarto, derrame cerebral, obstrução de artérias, falência dos rins, não sei. Não sei quando nem qual será, mas vai acontecer".

"Vejo a senhora sedentária, filha de pais com diabetes, que engorda vinte quilos na menopausa e sinto vontade de perguntar se não tem medo de adquirir uma doença traiçoeira com a deles. Diante do homem de quarenta anos com várias mortes por infarto na família, que insiste em fumar, comer à larga e passar o dia sentado, preciso me conter para não dizer que seu destino tem grande probabilidade de ser igual ao dos parentes".

"Não é fácil para um médico ficar calado quando vê o fumante perder o fôlego ao subir dois lances de escada. Muitos consideram inúteis advertências como essas, propor mudanças de estilo de vida é das tarefas mais inglórias da medicina".

"No passado, meus colegas viviam em contato direto com a comunidade. Enquanto passavam pela praça, recomendavam que a mãe protegesse o bebê do sol, que a senhora procurasse andar mais ereta, que o garoto lavasse as mãos antes de comer o doce. Com o crescimento das cidades, esse tipo de intervenção pessoal desapareceu. A praça hoje são os meios de comunicação de massa. Rádio, televisão, internet  e o celular criaram a possibilidade de ensinar medicina para milhões de pessoas".

"Exerço minha profissão faz quase cinquenta anos. Há dezesseis participo de séries sobre saúde no Fantástico, da TV globo, programa que chega aos rincões mais isolados do país. O tempo que sempre dediquei à clínica, as preocupações com os doentes, as angústias, as noites maldormidas, as férias e os fins de semana que deixei de aproveitar exigiram de mim muito mais do que o faz a televisão. O impacto social do trabalho na TV, entretanto, foi incomparável. De quantos doentes tratei? Quantas pessoas atingi pela comunicação em massa? Quantos fumantes ganharam motivação para largar o cigarro? Quantas pessoas abandonaram a vida sedentária?". 

"Enquanto corro, penso em tudo e em nada, porque depois não lembro do que pensei. O pensamento do corredor é caleidoscópio, é ave irrequieta que, mal pousa no galho, levanta voo outra vez. No meu caso a exceção são as frases que procuro encontrar quando estou envolvido com um tema que preciso comunicar pela TV ou internet."

"No final de uma corrida de vinte quilômetros no Ibirapuera, encontrei a frase que foi ao ar (no Fantástico) no último episódio (de uma série) e que não canso de repetir: O CORPO HUMANO É UMA MÁQUINA CONSTRUÍDA PARA O MOVIMENTO".  

"A diferença de máquinas como o automóvel e o avião, também projetadas para o movimento mas que se desgastam ao executá-lo, o corpo humano se aprimora com a movimentação, tenha um ou noventa anos de idade".

"Correr é experimentar a liberdade suprema, é voltar aos tempos de criança".

"Uma vez por semana, há 26 anos, atendo doentes em cadeias de São Paulo. A proximidade com os dramas de mulheres e homens que a sociedade considera a escória odiosa que nos tira o sossego nas ruas, trancada feito bicho nas prisões brasileiras, trouxe para mim uma compreensão da vida, do comportamento e da alma humana, que seria inacessível sem essa vivência".

"Depois de ver dez homens trancados numa cela de seis metros quadrados, dia e noite, durante meses de tédio, dormindo em turnos sobre folhas de papelão, correr no parque ao amanhecer do dia seguinte é experimentar no corpo a quintessência do significado da palavra LIBERDADE"

"Sair da cama para a poltrona, andar até o banheiro, movimentar o dedo do pé do lado paralisado, ficar livre da sonda nasogástrica e tomar cinco colheradas de sopa são eventos que os pacientes comemoram com grande alegria, porque lhes dão a esperança de que sairão do estado de fragilidade em que se encontram. Atravessada essa fase, no entanto, reassumem o cotidiano sem levar em conta a saúde, bem ao qual só atribuímos valor se escasseia".

Ainda me surpreendo quando um homem escapa da morte súbita do infarto, faz cateterismo, ponte de safena com circulação extracorpórea, vai parar na UTI por vinte dias, com sonda urinária, cateteres nas veias, eletrodos no peito para monitorização contínua, dor na cicatriz, curativos, complicações pulmonares, sonda na traqueia, respirador artificial, toma antibióticos que provocam náuseas, analgésicos potentes e resiste com bravura. Os limites da resistência do ser humano estão além do que sonha nossa vã filosofia. O que me choca é que, ao emergir restabelecida desse inferno, a pessoa que passou por tal suplício seja incapaz de andar míseros trinta minutos diários".

"Mulheres com câncer de mama enfrentam obstinadamente cirurgias mutiladoras que interferem com a autoimagem e a sexualidade, passam pelas náuseas, vômitos e o mal-estar da quimioterapia, perdem o cabelo, cumprem com rigor as sessões de radioterapia e os cinco anos ou mais de tratamento hormonal. Quando explico que andar trinta a quarenta minutos diários reduz em pelo menos 30% o risco de morrer por disseminação da doença, benefício semelhante ao da quimioterapia, ouvem atentas e juram que vão caminhar toda manhã. JURAMENTO FALSO, CONTO NOS DEDOS AS QUE CUMPREM A PALAVRA".

"Consideramos o corpo humano um presente de Deus para nos servir e dar prazer pela vida inteira. Se, por acaso, ele ousa reagir aos mal-tratos e à tirania de nossas exigências, ficamos revoltados e maldizemos a sorte. Fui médico de um padre que fumou dois maços de cigarro por dia, durante trinta anos. Ao descobrir o câncer de pulmão, blasfemava e ofendia a Deus com palavras de baixo calão capazes de corar qualquer ateu, por ter enviado tamanha provação a um homem que havia dedicado a Ele a vida inteira".

"Nos primórdios da epidemia da aids, atendi um rapaz que saía pelo menos duas vezes por semana com os garotos de programa que fazem ponto no Trianon, junto à Avenida Paulista, com os quais praticava sexo anal receptivo desprotegido. Quando lhe transmiti o resultado do teste, ficou pálido: "Não é possível. Logo comigo?". A mesma surpresa teve um filho de árabes, no antigo Carandiru, que injetava cocaína na veia com seringa alugada dos companheiros de uma sela vizinha".

"Nem todas as reações, entretanto, se apresentam com essa dramaticidade; muitas delas assumem a forma de resignação: "A pressão está alta porque já fiz cinquenta anos". "Também, com tantos casos de diabetes na família"; "A velhice é uma merda". 

Ficar mais velho é inevitável, a alternativa é tão perversa que nem vale a pena considerá-la. Envelhecimento, porém, não é sinônimo de limitações, decadência física, solidão e enfermidade crônicas. De minha parte, se alguma coisa aprendi com as maratonas e os treinos necessários para completá-las, foi não levar a idade em conta. Confrontado com um desafio, procuro ver se me acho em condições físicas e intelectuais e se terei disciplina para enfrentá-lo; jamais considero o número de anos que juntei, porque a questão da idade vem contaminada por preconceitos arcaicos". 

"O medo do envelhecimento é um fenômeno moderno. Nossos ancestrais pouco se incomodavam com ele, a probabilidade de morte precoce era muito mais concreta". 

"A consciência de que não tenho muitos anos pela frente nem tempo para desperdiçar com futilidades nem interesse por pessoas que não se interessam por mim foi o maior dos benefícios que o passar dos anos me trouxe. À medida que meu horizonte encurta, aumenta a necessidade de me concentrar na busca do essencial, daquilo que me deixa mais feliz".

"Na juventude, ia a três festas num sábado e ficava frustrado por ter perdido a quarta. Hoje, a família, os pacientes, as séries que gravo para a TV, as paisagens e as plantas do rio Negro, os livros, os congressos e o tempo para correr e escrever são tão preciosos, que fujo dos jantares e das rodas sociais".

"Quando comecei a correr maratonas, achava suficiente participar de uma por ano. No período de julho de 2013 a setembro de 2014 corri quatro: Rio de Janeiro, Bueno Aires, Berlim e Boston, empreitada que me obrigou a treinar o ano inteiro com regularidade espartana. Quanto mais velho fico, mais prazer encontro em correr".

"Cheguei aos 72 anos com dois a mais do que pesava ao sair da faculdade, sem doenças crônicas e sem precisar de medicação de uso contínuo, condição que devo sobretudo à genética e ao acaso, mas também ao esforço pessoal. O contato permanente com a morte e com os doentes que lutam para evitá-la, me ensinou a levar em conta o prazer de estar vivo, privilégio que tento manter presente em meu imaginário o tempo todo, especialmente nos momentos de adversidade".

"NÃO ME ILUDO, SEI QUE A NATUREZA É IMPIEDOSA E QUE A MAIS INDESEJADA DAS CRIATURAS PASSA OS DIAS À ESPREITA, MAS, ENQUANTO NÃO BATE À PORTA, TENHO PRESSA PARA IR ATRÁS DOS SONHOS QUE AINDA NÃO REALIZEI E PARA CORRER PELAS RUAS ENQUANTO AS PERNAS RESISTIREM". 

Não é sem razão que sou seu admirador!......

Sobre o autor:

Drauzio Varella é médico cancerologista, formado pela USP. 
Nasceu em São Paulo, em 1943. Foi um dos fundadores do Curso 
Objetivo, onde lecionou química durante muitos anos.

No início dos anos 1970, trabalhou com o professor Vicente Amato 
Neto, na área de moléstias infecciosas do Hospital do Servidor 
Público de São Paulo. Durante 20 anos, dirigiu o serviço de 
Imunologia do Hospital do Câncer (SP) e, de 1990 a 1992, o 
serviço de Câncer no Hospital do Ipiranga, na época pertencente ao 
INAMPS.

Foi um dos pioneiros no tratamento da AIDS, especialmente do 
sarcoma de Kaposi, no Brasil. Em 1986, sob a orientação do 
jornalista Fernando Vieira de Melo, iniciou campanhas que 
visavam ao esclarecimento da população sobre a prevenção à 
AIDS, primeiro pela rádio Jovem Pan AM e depois pela 89 FM de 
São Paulo.

Na Rede Globo, participou das séries sobre o corpo humano, 
primeiros socorros, gravidez, combate ao tabagismo, planejamento 
familiar, transplantes e diversas outras, exibidas no Fantástico.

Em 1989, iniciou um trabalho de pesquisa sobre a prevalência do 
vírus HIV na população carcerária da Casa de Detenção do 
Carandiru. Desse ano, até a desativação do presídio, em setembro 
de 2002, trabalhou como médico voluntário. Atualmente, faz o 
mesmo trabalho na Penitenciária Feminina de São Paulo.

Na Amazônia, região do baixo rio Negro, dirige um projeto de 
bioprospecção de plantas brasileiras com o intuito de obter extratos 
para testá-los experimentalmente em células tumorais malignas e 
bactérias resistentes aos antibióticos. Esse projeto, apoiado pela 
FAPESP, é realizado nos laboratórios da UNIP (Universidade 
Paulista) em colaboração com o Hospital Sírio-Libanês.
Livros publicados
* Aids Hoje: 3 volumes em colaboração com os médicos Antonio Fernando Varella e Narciso Escaleira.
* Estação Carandiru (Companhia das Letras): Prêmio Jabuti de 2000
* Macacos (Publifolha): Faz parte da série Folha Explica
* Nas Ruas do Brás (Companhia das Letrinhas): Literatura infantil; Prêmio Novos Horizontes da Feira Internacional do livro de Bolonha, Itália, e revelação de autor de literatura infantil na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, em 2001.
* De Braços Para o Alto (Companhia das Letrinhas): Literatura infantil, publicado em 2002.
* Florestas do Rio Negro: Coordenou a elaboração do livro que, sob a editoria científica de Alexandre de Oliveira e Douglas C. Daly, reúne trabalhos de vários colaboradores sobre a biodiversidade botânica da região amazônica e foi indicado para o Prêmio Jabuti em 2002.
* Maré – Vida na favela (Casa das palavras): Co-autoria: Paola Berenstein, Ivaldo Bertazzo, Drauzio Varella, Pedro Seiblitz (imagens).
* Por um Fio (Companhia das Letras): Publicado em 2004.
* Borboletas da Alma (Companhia das Letras): Publicado em 2006.
* O Médico Doente (Companhia das Letras): Publicado em 2007.
* Cabeça do Cachorro (Editora Terrabrasil): Drauzio Varella, Araquém Alcântara e Jefferson Peixoto; Ensaio publicado em 2008